O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), quer diminuir os juros do empréstimo consignado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O movimento vem na esteira das críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à atuação do Banco Central. Depende, no entanto, da aprovação do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), não apenas da vontade política. Descontado diretamente do pagamento de benefícios, o consignado do INSS tem taxas menores que a do crédito pessoal porque é alternativa interessante para os bancos, já que há menor risco de inadimplência. Os juros são hoje de 2,14% ao mês no caso de desconto na folha e de cerca de 3% com uso do cartão de crédito.
“Ter mais de 3% ao mês para uma população que ganha em média 60% do salário mínimo eu acho criminoso. Já estou conversando com quem faz parte do conselho e, na próxima reunião, com certeza vamos reduzir essa taxa de juros”, afirmou o ministro, em agenda no Rio de Janeiro. Antes, Lupi havia declarado a intenção de reduzir os juros em entrevista ao portal de notícias UOL. Tanto ao portal, quanto na agenda no Rio, no entanto, o ministro não detalhou qual seria o percentual ideal para a taxa.
A próxima reunião do CNPS está prevista para 13 de março. Na visita ao Rio, seu reduto político, o pedetista também firmou parceria com o prefeito Eduardo Paes (PSD) para a venda de imóveis abandonados do INSS para a Prefeitura. Bolsa Família Em outra frente, a Caixa Econômica Federal anunciou a suspensão definitiva da concessão de empréstimo consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil, programa que voltará a ser chamado de Bolsa Família. Novas contratações já haviam sido suspensas pelo banco em janeiro para revisão de critérios. Os estudos foram concluídos e “o banco decidiu retirar o produto de seu portfólio”.
“Para os contratos já realizados, nada muda. O pagamento das prestações continua sendo realizado de forma automática, por meio do desconto no benefício, diretamente pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS)”, destacou o banco em comunicado à imprensa. A Caixa Econômica Federal não é o único banco que oferece o crédito consignado para beneficiários do Auxílio Brasil. Mas, segundo o Ministério da Cidadania, 80% do total de contratações havia sido feita via Caixa, segundo balanço até 1º de novembro. Há pelo menos outras 11 instituições financeiras autorizadas pelo governo anterior a realizar os empréstimos.
No começo de janeiro, o governo anunciou que os endividados do consignado do Auxílio Brasil seriam incluídos no programa Desenrola Brasil, promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para resolver o problema do alto nível de endividamento dos brasileiros. As informações são do jornal Valor Econômico e do portal de notícias G1.
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