O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, afirmou que ao menos 1,55 milhão de beneficiários do Bolsa Família deixarão o programa em março porque o governo já comprovou que eles não cumpriam os requisitos para receber a transferência de renda. Essas retiradas são resultado de um pente-fino que o governo vem fazendo sobre as inscrições no Cadastro Único (CadÚnico), que já havia identificado 5 milhões de beneficiários com alta probabilidade de irregularidades cadastrais. “Já em março vamos tirar mais de 1,55 milhão (de beneficiários) desses mais de 5 milhões que estamos focados.
Para esses 1,55 milhão já temos segurança que não preenchem os requisitos”, disse o ministro em entrevista, reforçando que são famílias que estão recebendo o benefício de forma irregular. Dias estima que ao menos 2,5 milhões de beneficiários devem deixar o Bolsa Família até maio, conforme o governo finalizar a revisão do CadÚnico. Além disso, ele ressaltou que 2.265 famílias voluntariamente pediram para sair do Bolsa Família porque reconheceram que sua situação mudou e já não precisam mais da ajuda do governo. Apesar das retiradas, o número de beneficiários pode não baixar muito em relação aos mais de 21 milhões de famílias que atualmente recebem a transferência de renda. Segundo Dias, as equipes de assistência social nos municípios estão intensificando as ações de busca ativa: “(Eu estimo) a retirada mínima de 2,5 milhões (de beneficiários).
Mas com a busca ativa temos condições de trazer para o recebimento quem tem o direito mas estava na fila, estava passando fome.” Segundo o ministro, foram repassados mais R$ 170 milhões para municípios para investir em ações de busca ativa e atualização de cadastro. Valor extra O governo estuda pagar um valor extra para famílias com mais crianças e adolescentes no novo formato do Bolsa Família a ser relançado nos próximos dias. Esse valor seria além do adicional de R$ 150 para domicílios com criança até seis anos de idade, prometido pelo presidente Lula durante a campanha eleitoral. A intenção é que os valores sejam acrescidos ao mínimo de R$ 600, de maneira que famílias maiores recebam mais recursos.
“No valor per capita, volta a ter um valor de acréscimo, por criança de sete anos até completar 18 anos. Estamos acertando o valor, que será além dos R$ 150 por criança até seis anos”, disse o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias. Em contrapartida, o novo modelo não terá sistema de premiação para famílias com crianças e adolescentes que tiram boa notas e se destacam nos esportes — previsto no Auxílio Brasil criado pelo governo de Jair Bolsonaro. Também não devem vingar o bônus de inclusão produtiva urbana, que não chegou a sair do papel. Esse bônus, prometido durante o governo Bolsonaro, seria um valor de R$ 200 pago a beneficiários do programa social que conseguissem um emprego com carteira assinada.
“A definição de valor per capita com estas particularidades é o que permitirá voltar a ter melhores indicadores sociais. Veja que já chegamos a mais de 90% de crianças e adolescentes matriculados e caiu para até a casa de 60%”, disse o ministro, acrescentando.
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