Testemunha contesta relatório da Guarda Civil sobre acidente de Diogo Jota: “Eles iam com muita calma”
José Azevedo, caminhoneiro português que testemunhou o trágico acidente que vitimou Diogo Jota e o irmão André Silva, contrariou publicamente a tese da Guarda Civil espanhola, que aponta excesso de velocidade como uma das principais causas do desastre ocorrido na madrugada de 3 de julho, na rodovia A-52, em Zamora, Espanha.
Em declarações ao Correio da Manhã, Azevedo afirma com convicção que os dois irmãos conduziam de forma prudente:
“A família tem a minha palavra de que eles não estavam em alta velocidade. Eu pude ver a marca e a cor do carro quando passaram por mim. Eles estavam dirigindo com muita calma.”
O caminhoneiro, que circula diariamente pela estrada onde ocorreu o acidente, acrescenta que o comportamento do Lamborghini Huracán, conduzido por Jota, não destoava da normalidade do tráfego local.
“Dirijo naquela estrada todos os dias, de segunda a sábado. Já vi coisas realmente ultrajantes de outros carros, mas eles estavam tranquilos.”
Tentativa de resgate e segunda testemunha
Azevedo, que filmou o incêndio logo após a colisão, garante que parou para ajudar os ocupantes do carro, mas que já era tarde demais devido à violência do impacto e às chamas que consumiram rapidamente o veículo. Um segundo caminhoneiro, amigo de Azevedo e também presente no momento, confirmou a versão de que o carro não estava em alta velocidade.
Contradições no inquérito espanhol
Enquanto a Guarda Civil de Zamora aponta o possível estouro de um pneu como causa primária, o relatório técnico preliminar também sugere que o Lamborghini circulava a cerca de 120 km/h, velocidade próxima do limite legal, mas que pode ser considerada excessiva consoante as condições da estrada.
As marcas de travagem encontradas no asfalto estão sendo analisadas para ajudar a estimar a velocidade exata antes do impacto. As autoridades espanholas também tentam identificar formalmente os autores do vídeo que circula nas redes sociais — que mostram o veículo em chamas —, uma vez que isso pode ser relevante para reconstruir os instantes finais antes do acidente.
Quem era Diogo Jota?
Aos 28 anos, Diogo Jota vivia o auge da sua carreira. Após iniciar a formação no Paços de Ferreira e brilhar no FC Porto, passou pelo Wolverhampton antes de se transferir para o Liverpool em 2020. Pelos Reds, marcou 65 golos em 182 jogos, conquistando a Premier League, a FA Cup e duas Taças da Liga.
Em junho, o jogador havia casado com Rute Cardoso, com quem teve três filhos: Dinis, Duarte e Mafalda. Apenas 11 dias depois da cerimónia, o casal foi brutalmente separado pela tragédia.
Legado e herança
Jota acumulou um patrimônio estimado em £ 35 milhões (cerca de R$ 260 milhões). A quantia é fruto de contratos milionários no futebol inglês, prêmios de performance, investimentos imobiliários e até participação no setor de eSports.
Rute Cardoso, sua viúva, é apontada como principal herdeira do espólio, que inclui, entre outros bens, uma residência de luxo em Blundellsands, ao norte de Liverpool, avaliada em £ 2,125 milhões.
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