O antigo ministro socialista Armando Vara entrou esta segunda-feira no Estabelecimento Prisional de Lisboa para cumprir os dois anos e meio de pena que lhe faltavam por via das condenações nos processos Face Oculta e mini-Operação Marquês, noticiou o Correio da Manhã e confirmou o PÚBLICO. Foi detido pela PSP em Lisboa e conduzido à cadeia.
Porém, o antigo administrador da Caixa Geral de Depósitos e dirigente do BCP deverá sair antes disso da prisão: mesmo que não lhe seja concedida liberdade condicional, deverá ser libertado daqui a cerca de oito meses, quando atingir o cumprimento de dois terços da pena.
Armando Vara tinha sido libertado do Estabelecimento Prisional de Évora em Outubro de 2021, após cumprir cerca de três anos, graças ao perdão parcial de penas decretado durante a pandemia. Mas a lei da covid-19 não lhe permitia, depois de condenado pela segunda vez e por um crime que não constava do leque dos abrangidos pelo perdão concedido aos reclusos, continuar a beneficiar desta medida de clemência — razão pela qual foi sentenciado, numa altura em que já estava há muito em liberdade, a um cúmulo jurídico de cinco anos e seis meses de cadeia, respeitante quer ao processo Face Oculta quer aos rendimentos que escondeu em offshores e pelos quais foi sentenciado num processo extraído da Operação Marquês. Descontados os três anos que já passou na prisão de Évora, faltam-lhe cumprir dois anos e meio de pena.
Antes de ascender à administração da Caixa, em 2005, o antigo ministro acumulava um cargo de director neste banco com a prestação de serviços de consultoria de negócios a empresas do Leste europeu, África e Médio Oriente. Nas suas palavras, identificava "oportunidades de investimento". E, quando foi nomeado para administrador do banco, em 2006, o regime de exclusividade a que ficava sujeito impedia-o de continuar a exercer esta actividade, logo numa altura em que começava a receber os proventos destas consultorias, parte dos quais só lhe eram pagos quando os negócios em perspectiva se concretizavam efectivamente. Daí ter recorrido a este esquema, apesar de, como disseram os juízes que o condenaram, na altura em que dirigia a Caixa “ganhar num ano aquilo que a maioria dos cidadãos não ganha em mais de uma década de trabalho”.






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